quarta-feira, 24 de junho de 2009


04 de junho de 2009

Mais ciência e menos achismo

O professor canadense Clermont Gauthier é autor de um dos maiores estudos já feitos sobre as razões do sucesso escolar – o mesmo em que aponta, claramente, o que leva ao fracasso do ensino. Nesse vasto trabalho, ele alerta para as péssimas conseqüências de uma prática que se tornou comum em muitos lugares: a de se inventar métodos de ensino com base em intuição e a de aplicá-los com base em modismos. Ocorre, muito mais do que o desejado, no Brasil. Gauthier lamenta ter caído em desuso a velha idéia da sistematização de conhecimento e de ter surgido uma prevenção aos modelos mais tradicionais que, apesar de antigos, podem, por que não?, funcionar. “Precisamos evitar a aplicação de métodos sem comprovação científica, sob os riscos de ver o mau ensino grassar”, escreve o professor. “Infelizmente, a cultura da pesquisa científica é fraca na educação.”

Gauthier, que estará no Brasil em agosto para dar palestra no seminário Profissão Professor: O Resgate da Pedagogia, segue a mesma linha de pensamento de Lee Sing Kong, o diretor do Instituto Nacional de Educação de Cingapura, cuja entrevista à editora assistente Camila Pereira saiu publicada na revista VEJA da semana passada. Tal qual o canadense, Lee Kong também bate na tecla da relevância de se aplicar em sala de aula métodos de eficácia comprada pela investigação científica – e apenas esses. São tais métodos que sua escola de formação de professores ensina aos jovens que irão ensinar nas escolas do país. É esse rigor científico que ajuda a explicar o fato de Cingapura ocupar os primeiros lugares nos rankings de educação – e o Brasil não.

Foto: Steel Wool.



Por Monica Weinberg - 19:58

 
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